terça-feira, 26 de junho de 2012

Cresce o risco de prefeitos serem presos.


Nunca antes na história deste País tantos prefeitos foram presos.

Já houve tempo em que prefeito era uma autoridade política e moral inatacável, comparando-se à do padre, delegado de polícia e da autoridade militar mais importante da localidade, era como se fosse ele um oficial das Forças Armadas designado para chefiar o destacamento de seu batalhão na região. 

A sacralidade do cargo foi abalada por uma galopante irresponsabilidade de gestores irresponsáveis, corruptos e autoritários que, aproveitando-se das ditaduras e seus abusos, criaram para si mesmos um poder que recupera o coronel todo-poderoso do antigo sertão. 

Quanto mais controla os partidos dominantes e a Câmara, mais o prefeito “se acha”. E nesse se achar acaba se perdendo: nunca antes na história deste País tantos prefeitos foram presos, pelas mais diversas formas de abuso do poder, fraudes, desvio de recursos públicos e corrupção.

O prefeito de Rio Largo (AL), Antonio Lins Souza Filho, o Toninho Lins, eleito pelo PSB, foi acusado de apropriação de bem público. Ele e todos os nove vereadores tiveram prisão decretada pela prática de corrupção. Poucos vereadores, muitos negócios, veja só!


Também em Alagoas, o prefeito Marcos Antônio dos Santos (PTB), de Traipu, foi preso por suspeita de desviar dinheiro de um programa criado por ele próprio para atender a famílias pobres do município. Caridade com recursos públicos e tortura têm seus defensores...

O PT já criou alguns esqueletinhos no armário, como o prefeito de Porto Walter (AC), Neuzari Pinheiro, preso em flagrante pela Polícia Federal com seu secretário de Obras e mais três parentes empresários, acusado de fraude estimada em mais de R$ 1 milhão no processo de regularização de terras da União localizadas na fronteira com o Peru.

O também petista Valdir Soares da Costa, prefeito de Uruçuí (PI), foi preso na Operação Geleira, que merece todo um capítulo à parte nessa história de denúncias envolvendo prefeitos no Nordeste. Na Geleira, a Polícia Federal prendeu sete prefeitos: além de Soares da Costa, Isael Macedo Neto (PTB) de Caracol; Jorge de Araújo Costa (PTB) de Ribeira do Piauí; Bismarck Santos de Arêa Leão (PTB) de Miguel Leão; Joedison Alves Rodrigues (PTB) de Landri Sales; Domingos Bacelar de Carvalho (PMDB) de Porto; e Teresinha de Jesus Dantas (PSDB) de Elizeu Martins. Uma das acusações: notas frias para desviar dinheiro das prefeituras.

Também ex-prefeitos, caso de Liberalino Neto (na foto abaixo), de Vitória do Xingú (PA) têm visto o sol nascer quadrado.


Pedro José Philomeno (PSDB), prefeito de Pacajus (CE), foi preso com outras cerca de 20 pessoas suspeitas de desviar dinheiro público, peculato e formação de quadrilha. Ainda no Ceará foram presos os prefeitos de Senador Pompeu, o de Nova Russas, a prefeita de Paraipaba e outros prefeitos e ex-prefeitos no estado. 

Já o prefeito Randson Almeida (PMDB), do Município de Marechal Thaumaturgo (AC), foi preso em flagrante, acusado pelo crime de ocultação permanente de bens. Ele teria aplicado na reforma e mobília de sua casa recursos públicos ao redor de R$ 300 mil desviados das áreas de saúde e educação. 

Em uma operação denominada de Operação Geleira,deflagada no Piaui a Polícia Federal prendeu de uma só vez sete prefeitos e dois ex-prefeitos acusados de desvio de recursos na compra de medicamentos e merenda escolar no Estado.

Foram presos na Opreração Geleira no Piaui os prefeitos de Uruçui, Valdir Soares da Costa (PT); Landri Sales, Joedison Alves Rodrigues (PTB); Caracol, Isael Macedo Neto (PTB); Elizeu Martins, Teresinha de Jesus Miranda Dantas Araújo (PSDB); Ribeira do Piauí, Jorge de Araújo Costa (PTB); Miguel Leão, Bismarck Santos de Arêa Leão (PTB); e Porto, Domingos Barcelar de Carvalho (PMDB). Eles vão responder por crime de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.

Os ex-prefeitos presos são Francisco Donato de Araújo Linhares Filho, o Chico Filho, de Uruçui e presidente do Instituto de Assistência e Extensão Rural, e a ex-prefeita de Landri Sales, Juraci Alves.

Na Bahia, considerada a maior da história da PF no Estado, na Operação Carcará A Polícia Federal prendeu sete prefeitos de municípios baianos e outras 39 pessoas suspeitas de envolvimento num suposto esquema de desvio de verbas federais e fraude em licitações.

Prefeitos-baianos-presos.
Há também prefeitos presos por motivos alheios à corrupção e desvio de recursos públicos, como porte ilegal de arma de fogo ou comportamento indecente e criminoso, caso do prefeito de Dom Aquino (MT), Eduardo Zeferino (PR), acusado de pedofilia. 

Uma brincadeira de Carnaval, por incrível que pareça, motivou a prisão do prefeito de Angical (PI), Jonaldes Gomes Alves (PRTB), acusado de desacatar a autoridade máxima do município, o sargento Airton, em cujo vetusto rosto o prefeito atirou lixo, excrementos, pedras? Não, maisena! O prefeito alegou que atirar amido de milho é um costume carnavalesco. Bem melhor que lança-perfume, certamente. 

Enfim, se para nós, meros eleitores, jogar maisena na cara dos outros é refresco, por aí se pode notar que a oposição está conseguindo sucesso quando se trata de meter prefeito em cana. E então, cidadão? O prefeito de sua cidade é um santinho digno de carregar em andor de procissão ou a CGU ainda não o sorteou? 

(Alceu A. Sperança - escritor)

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