Os integrantes da 11ª edição da Marcha Contra a Corrupção e Pela Vida percorreram 122km caminhando por seis municípios que enfrentam a seca no Piauí, a pior registrada em 30 anos. As imagens revelam o que os olhos dos membros da Força Tarefa Popular denunciam: a seca mata animais nas beiras de estradas e a esperança das pessoas em ter uma vida digna.
Ao longo do percurso por Marcolândia, Francisco Macedo, Alegrete, Vila Nova, Campo Grande e Picos, cerca de 100 pessoas participaram da caminhada. A viagem ocorreu de 10 a 23 deste mês.
Além dos dramas de senhoras idosas, crianças e jovens castigados pela estiagem, este ano a marcha percebeu uma atitude mais preocupada de prefeitos e gestores municipais.
"Esse ano aconteceu algo inesperado: a grande presença de autoridades nos procurando para justificar as obras. Atribuo a isso a legitimidade que a Força Tarefa está tendo. Nós não usamos isso politicamente contra ou a favor. Mas percebi uma preocupação porque fazemos muitas denúncias e eles sentiram necessidade de mostrarem o que estão fazendo. É evidente que em um momento político como esse eles querem mostrar que estão se preocupando. O poder público já percebe essas denúncias da marcha não como perseguição, mas como um direito das pessoas de terem vida digna", explica Arimatéia Dantas, coordenador da marcha.
Entre as diversas cenas encontradas pelo caminho como obras paradas e o gado morrendo de sede e fome, Arimatéia relata o drama de uma senhora, que teve uma caixa d'água construída na frente de casa há um ano e que continua vazia.
"Conversei com algumas pessoas em momentos dramáticos. Uma senhora disse que fizeram uma miniadutora até a porta da casa dela, com caixa d'água, e a seca chegou. Agora, ela disse que nem esperança tem mais. Vir uma caixa d'água com canos na porta da casa e não ter água é desesperador. Uma outra senhora de idade, com a pele bem rachada, disse que em Tamboril e Marcolândia a água é tratada por desalinizador e por causa da quantidade de pessoas a água é regrada. Ela repetia sempre dizendo que o quer é água. Vimos um monte de carros-pipa passando a todo momento. A gente vê o contraste das adutoras que não andam. Não estamos vendo essas políticas contra seca como uma política de Estado brasileiro e sim como iniciativa de prefeitos. É uma indústria q se alimenta", relata.
Leilane Nunes
leilanenunes@cidadeverde.com
Fotos:Arimatéia Dantas
Ao longo do percurso por Marcolândia, Francisco Macedo, Alegrete, Vila Nova, Campo Grande e Picos, cerca de 100 pessoas participaram da caminhada. A viagem ocorreu de 10 a 23 deste mês.
Além dos dramas de senhoras idosas, crianças e jovens castigados pela estiagem, este ano a marcha percebeu uma atitude mais preocupada de prefeitos e gestores municipais.
"Esse ano aconteceu algo inesperado: a grande presença de autoridades nos procurando para justificar as obras. Atribuo a isso a legitimidade que a Força Tarefa está tendo. Nós não usamos isso politicamente contra ou a favor. Mas percebi uma preocupação porque fazemos muitas denúncias e eles sentiram necessidade de mostrarem o que estão fazendo. É evidente que em um momento político como esse eles querem mostrar que estão se preocupando. O poder público já percebe essas denúncias da marcha não como perseguição, mas como um direito das pessoas de terem vida digna", explica Arimatéia Dantas, coordenador da marcha.
Entre as diversas cenas encontradas pelo caminho como obras paradas e o gado morrendo de sede e fome, Arimatéia relata o drama de uma senhora, que teve uma caixa d'água construída na frente de casa há um ano e que continua vazia.
"Conversei com algumas pessoas em momentos dramáticos. Uma senhora disse que fizeram uma miniadutora até a porta da casa dela, com caixa d'água, e a seca chegou. Agora, ela disse que nem esperança tem mais. Vir uma caixa d'água com canos na porta da casa e não ter água é desesperador. Uma outra senhora de idade, com a pele bem rachada, disse que em Tamboril e Marcolândia a água é tratada por desalinizador e por causa da quantidade de pessoas a água é regrada. Ela repetia sempre dizendo que o quer é água. Vimos um monte de carros-pipa passando a todo momento. A gente vê o contraste das adutoras que não andam. Não estamos vendo essas políticas contra seca como uma política de Estado brasileiro e sim como iniciativa de prefeitos. É uma indústria q se alimenta", relata.
Leilane Nunes
leilanenunes@cidadeverde.com
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